terça-feira, 22 de março de 2011

GRAÇA



Ela deu adeus da vida, de todos, de tudo sufocando sem ar nos pulmões.
Para traz deixou as dores, três filhos, família e amores.

O dia chuvoso chora a sua ausência, à tarde tediosa se vai lentamente e no ar só restou o seu silêncio que vai falecendo em lágrimas choradas dos pedidos de lamentos de quem agora te pede para não ir embora.

No teu nome já tinha a graça, das tuas graças os nossos risos, dos nossos risos a nossa família e nos nossos corações agora insiste essa triste saudade, mas para todo o sempre estará conosco em espírito, nas lembras, momentos felizes passado junto de você, então aqui eu te deixo esse até logo, querida Tia Graça.


Johnny Craveiro.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A LUA




Esse cantar de ninguém aplaudir sobre as mesas, pratos cheios e falsos da sociedade abeira de um apocalipse nuclear, do desafinar som na barriga de quem tem fome e escombros para morar.

A chuva ácida cai forte lá do céu, escorrendo essa lágrima como uma gota do seu veneno tentando me ludibriar nessa noite inconstante de notas musicais e seus ingênuos pedidos de amor.

A lua e o seu momento mais raro do século lá no céu brilha forte por traz das nuvens que não me deixam ver o espetáculo da natureza, mas ainda posso sentir essa calmaria da noite luando nos corações na maré cheia ao lado da mãe yemanjá.

Aqui do auto eu já sinto os teus sinais como a raiva que brota doce, florescendo dentro do meu coração por causa dessa tua forma de brincar no meu quintal.

Mas enquanto isso aquela mãe garante o pão de cada dia de sua família limpando a sujeira dessa burguesia que escuta fingindo que não existe a música nesse vai e vem para depois ir embora de dentro do copo da mesa de um bar.


Johnny Craveiro.

sexta-feira, 18 de março de 2011

CARNAVAL

AR



Ela pediu para parar com essas dores e amores, escritas nada mais de flores e de mim não deseja mais os acalantos.

Hoje se sente atormentada pela sua sina vida de relacionamentos não verdadeiramente amados que deixam seus sentimentos totalmente bagunçados.

Como uma criança perdida chora, implora por mais um dia de paz e tranqüilidade, ela só deseja sentir a calmaria em seu coração, pobre menina.

Carnaval, noites de folias amigas, dias brincando de ser feliz. Muita chuva, confetes de incertezas e confusões caem,desmoronando como uma tempestade sobre minha menina que mal sabe o quanto é amada.

Desculpa, sei que fui um louco de querer ser feliz depois de o teu colo acordar, fui um bêbado, boêmio da noite tentando desvendar nesse emaranhado de estrelas os versos para conquistar você pra mim, mas isso agora não importa mais.

Pense, feche os olhos e deixe a lucidez tomar conta do teu coração e te pôr fora desse caminho de pedras, onde o início se chama tristeza e te levará rumo à infelicidade.

Seja apenas como aquela menina do belo sorriso estampado no rosto, aquela menina que desconhecia essa forma de sofrer, pois quando eu desapareci você teve apenas a vida que escolheu ter.


Johnny Craveiro.

NÃO DA



Quis te conhecer, quis estar em você, quis tentar te convencer para quem sabe ser uma pequena parte feliz em tua vida, mas agora chegou a hora de parar com esse insistir.

Assim como o beija-flor que partiu, eu tenho que aceitar esse não Da.

A flor broxou, a saudade ficou e os sentimentos se perderam no meio caminho.
Até mesmo o tempo passa arrastado só para eu sentir um pouco mais dessa doce angústia.

Meu caminho de luz que se apagou, minha flor amarela que morreu, minha criança que cresceu e se foi.

Nada na vida são flores e amores e o que resta para mim é aceitar ser a pétala que foi arrancada nesse bem me quer – mal me quer .

Agora só me resta sorrir para todo mundo supor que sou feliz.

Johnny Craveiro.