quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

DO OUTRO LADO



A lua surge cor de prata por trás das cinzentas nuvens no céu, alumiando o teu olhar puro de menina, clareando a tua imagem linda de mulher.

Seduzindo-me de noite, de dia me fazendo esquecer até da distância que os oceanos nos separam, esqueço dessa dor que se torna cada dia mais presente com cada amanhecer de você ausente.

Não quero que esse amor seja como uma rosa abortada do pé sem desabrochar, que seja uma saudosa lembrança dos risos e abraços trocados, dos beijos que um dia todos sempre foram seus.

Se desse destino a morte lá distante nos encontrar, não importa, pois dessa morte se fará o milagre do amargo dessa vida toda passar e junto a ti viverei junto no meio de um punhado de estrelas , mesmo que seja assim do outro lado eu preciso ainda um dia mais te encontrar.


Johnny Craveiro.

PURPURINA




A bela purpurina bailando no salão, brilhando entre um passo e outro, sambando com a garrafa na mão.

Ela entra em uma só respiração e sai numa louca, tensa inspiração.

Pequena, magra, branca flor de uma alucinação, a brisa de uma solidão, é a menina que dança partidando auto, sem nome, sozinha pelo salão.

Johnny Craveiro.