Rufa o batuque na cadência alucinante
do gingado capoeira, dos lundus das cubatas, retumbo, som molengo do carimbó.
Jarina que dança, transpira o cheiro malino da mulata.
Da sua raça patichoulim, pripioca, pau-rosa que perfuma o terreiro
com os suarentos corpos lisos que se entrelaçam na umbigada.
As palmas marcam o batuque ritmado dos tambores e os corpos retremem na dança
carnal dos seus ancestrais.
Mãe Preta observa tudo debruçada sob a janela.
Mãe Preta, és mãe de negros e brancos,
tu que criaste os filhos dos teus senhores,
embalaste a rede dos que eram da monarquia da tua opreção
e os filhos do teu ventre foram arrancados do teu acalanto africano
hoje escravos, capoeiristas são Zumbis das senzalas que lutam pela liberdade de sua raça.
Pai João sentado ao seu lado está cansado, sonolento, meio bambo como numa embriaguez de cachaça que vem lá do engenho de cana.
Velho malungu guerreiro aguarda Ogum que virá no seu cavalo de vento, varando pelos
quilombos lento como o cair da noite.
Pai João, um céu noturno sem a lua, mas todo chicoteado de estrelas
teve a fama de ser mestre de capoeira, navalista do maculelê
hoje cansado deita em sua rede sob as estrelas que acompanharam toda sua vida de escravidão.
Jarina que depois dos seus bamboleios, cirandeios que marcaram o lundu
se despede com as benções de Mãe Preta e Pai João que juntos agora estão ao lado do pai Ogum.
Johnny Craveiro.
do gingado capoeira, dos lundus das cubatas, retumbo, som molengo do carimbó.
Jarina que dança, transpira o cheiro malino da mulata.
Da sua raça patichoulim, pripioca, pau-rosa que perfuma o terreiro
com os suarentos corpos lisos que se entrelaçam na umbigada.
As palmas marcam o batuque ritmado dos tambores e os corpos retremem na dança
carnal dos seus ancestrais.
Mãe Preta observa tudo debruçada sob a janela.
Mãe Preta, és mãe de negros e brancos,
tu que criaste os filhos dos teus senhores,
embalaste a rede dos que eram da monarquia da tua opreção
e os filhos do teu ventre foram arrancados do teu acalanto africano
hoje escravos, capoeiristas são Zumbis das senzalas que lutam pela liberdade de sua raça.
Pai João sentado ao seu lado está cansado, sonolento, meio bambo como numa embriaguez de cachaça que vem lá do engenho de cana.
Velho malungu guerreiro aguarda Ogum que virá no seu cavalo de vento, varando pelos
quilombos lento como o cair da noite.
Pai João, um céu noturno sem a lua, mas todo chicoteado de estrelas
teve a fama de ser mestre de capoeira, navalista do maculelê
hoje cansado deita em sua rede sob as estrelas que acompanharam toda sua vida de escravidão.
Jarina que depois dos seus bamboleios, cirandeios que marcaram o lundu
se despede com as benções de Mãe Preta e Pai João que juntos agora estão ao lado do pai Ogum.
Johnny Craveiro.
Esse texto fiz pensando em um libro que li do Bruno de Menezes.
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